O Frio é Mortal no Inverno das Fadas

Olá, leitores! Hoje no Criatividade Comum irei falar sobre o livro O Inverno das Fadas, da escritora Carolina Munhóz. Ela começou revelando seus talentos em seu primeiro livro A Fada, escrito aos seus 16 anos, e agora nos apresenta uma história com conteúdo mais adulto.


Há alguns meses eu vinha me deparando com muita divulgação e comentários sobre este livro. A minha curiosidade apenas ia aumentando cada vez que eu lia algo a respeito. Finalmente saí de minha montanha (da perdição) de livros e me dispus a lê-lo. Foi uma leitura bem rápida, pois os capítulos são curtos e conseguem te segurar e te fazer continuar lendo sem parar. Então, vamos ao que interessa!


Começando pela atrativa capa que em minha opinião foi muito bem escolhida e casou bem com as cores do fundo e das fontes. Uma bela garota sozinha em meio a uma floresta em pleno inverno, já mostra um pouco do que podemos esperar sobre a personagem principal, Sophia Coldheart - a frieza de seu coração começa na capa e se confirma no nome -. A história se passa na pequena e adorável cidade de Keswick, no condado de Cúmbria, na Inglaterra e também em Fairyland, o reino das fadas.

Sophia é uma fada, mas não apenas isso. Ela é uma Leanan Sídhe: uma fada-amante que precisa da energia vital do ser humano para sobreviver. Tremendamente irresistível, loura, fria e calculista, ela escolhe presas que tenham dons em potencial em qualquer aspecto. Ao mesmo tempo em que se alimenta da energia vital da pessoa, ela proporciona enorme inspiração, fazendo com que consigam façanhas dignas de gênios e que sejam reconhecidos mundialmente pelo que fizeram.

Mas, como aprendemos com gênios da lâmpada e com o trapaceiro Rumpelstiltskin: Toda magia tem o seu preço.

E no êxtase da paixão e dominados intensamente pela sua sedução mágica, a pessoa definha, indo à loucura e por fim, morrendo. Podem ser reconhecidas no livro muitas celebridades – não com os mesmos nomes – que conhecemos e que morreram de forma trágica deixando a sua marca no mundo. Estas pobres almas, foram apenas mais uma refeição e momentos de prazer que Sophia não hesitou em poupar. Algumas ela até se deixou envolver, mas no final não tinha escolhas, a não ser, aguardar as suas mortes e reabastecer-se a energia, afinal, faz parte de sua natureza, da criação da Deusa, e isso os seres mágicos não podem questionar.

Sua mãe, uma Leanan Sídhe, se apaixonou por um Elfo, e fruto do amor dos dois, nasceu Sophia. Mas nem ao menos um ser mágico está sujeito a resistir do trágico destino que é se envolver com elas, portanto logo após o nascimento dela, os dois morrem. Mesmo trágico, lhe serviu como lição. Ela cresceu sabendo que uma Leanan Sídhe nunca poderia se apaixonar. E assim viveu, até conhecer William.

O jovem escritor, moreno e atraente, fazia o corpo da fada queimar de tanta excitação quando estava por perto. E depois que de se verem pela primeira vez, ele já estava loucamente apaixonado por ela, e mesmo negando, no fundo ela sabia que também estava. Um sentimento novo pulsou no coração do ser imortal, um sentimento nunca sentido antes...

Como uma Leanan Sídhe poderia se sentir assim por um mero humano? Pensava ela. Até os seres imortais estão fadados a encontrar a sua alma gêmea, mesmo que este amor pareça impossível.


Ao desenrolar da trama, ela percebe que cada dia que passa o seu amado está mais próximo da morte, e resolve que tem de fazer algo, pois o ama a ponto de dar a sua vida por ele, e William está disposto a fazer o mesmo. Se entregar sem se importar com a morte, apenas para desfrutar o máximo de tempo que puder ao lado de sua musa. 

Mesmo entre vários momentos com amor e sexo - que a autora consegue tratar de forma não vulgar e ao mesmo tempo excitante - o rapaz, influenciado pela mágica e o amor da fada, é inspirado a escrever um livro, o livro que iria marcar o seu nome na história. Porém, muitos acontecimentos podem fazer com que isso não ocorra...

Até aonde você iria para salvar o amor da sua vida? Faria o possível e o impossível?

Particularmente, eu gostei muito da narrativa do livro, e mesmo se tratando de uma história de amor – o que não é o meu forte – tudo flui de forma bem legal e intensa. Percebe-se a grande influência de Marion Zimmer Bradley (As Brumas de Avalon) e de J.K. Rowling – o que já era de se esperar, pois Carolina é grande fã delas -. A mitologia celta é sempre adorável e este livro a aborda muito bem, porém, sem focar muito no universo mágico, o que para os leigos pode ser muito bom. Um conto de fadas, jovem e moderno. Realmente, é gratificante ver que cada vez mais a Literatura Fantástica está crescendo e se popularizando no Brasil e espero que a Carolina ainda nos presenteie com muitas outras obras de qualidade. Boa leitura!

Ps: Depois de ler eu não pude evitar ficar horas vendo Keswick pelo Google Maps e me encantando pela bela cidade. 



O Pikachu te deseja um feliz Dia das Bruxas (ou das fadas... ou do saci... como você preferir :D)

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Até mais!
Pedro Sebilhano.

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